terça-feira, 28 de maio de 2019

EXÍLIO

Foi febre?
Segredo.
Houve sonho?
Degredo.
Fato ou história?
Memória.
Auxílio oferecido?
Medo.
Medo.
Medo...
 

sexta-feira, 24 de maio de 2019

DA VIDA SÓ O QUE É

Não. 
Não é a morte que apavora.
É a vida.
Complexa, insana, cotidiana.

A vida que nos atrai tanto.

Vida louca.
Vasta vida.
Vida pouca.
Muita vida.

Vidas idas.
Vidas tronchas.
Vidas hipócritas.
Vidas tantas.

Vida de aparência.
Fachada de vida.
Vida dissimulada.
Por quem me tomas?






POÉTICO AGROTÓXICO

Estava lá o milagre da poesia.
O sol procurando espaço entre as nuvens.
Plantação a sumir de vista.
Rodovia. 
A tarde a espreitar.

O pequeno aeroplano cumprindo sua função.
Voos rasantes nas plantações.
Chegou a ser poética a cena,
Não fosse a morte anunciada
No conteúdo espalhado pelo ar.

SEM RISO

dói rir.
riso raso
riso nato

riso puro
riso sem rito
falho riso

riso de fato
sem máscaras.

onde?
o riso foi-se com a lamacenta graça.

preparada na ponta da agulha
a bala do riso

sem desejos, sem laços,
nenhum domínio
nem juízo.


sem ódio, sem ópio,
droga nenhuma

sequer pensamentos...

só isso.

INTERMITÊNCIAS

E há os hiatos.
Os interstícios aí estão.
Que meios de preenchê-los?

Fuga. Sem saída.
Nada a declarar,
Senão o vácuo das vidas vazias
Transeuntes, nauseabundas...