Que irônica a vida!
Recebe uma, duas, três chances
E ainda assim não se sente completa.
Por isso a necessidade de sua antagonista,
A irremediável...
Que irônica a vida!
Recebe uma, duas, três chances
E ainda assim não se sente completa.
Por isso a necessidade de sua antagonista,
A irremediável...
Nada há de especial, só trinta entre milhares...
Nem um fato novo na primeira quinzena de janeiro
A não ser a triste coincidência
Da asfixia no "pulmão do mundo".
Nascemos feitos de carne, não de esperança.
Pequeno pedaço de carne, sem consciência.
Esperança de outros.
Outros que não conseguiram...
E...?
Sonham para "aquilo"
Os sonhos todos que não puderam sonhar.
Túmulo. Cárcere.
Ásperos sábados.
Hóspedes pandêmicos.
Córregos de lágrimas.
Íntimas catástrofes.
Cânticos fúnebres.
Pânico efêmero.
Rápido relâmpago.
Súbito trânsito.
Última sátira.
Sólidas proparoxítonas.
Não cabem nesse poema
As dores todas.
Os sonhos idos.
Os caixões lacrados.
Enterros noturnos.
Não cabem.
Não! Não há nada de novo.
Os mesmos riscos
Mesmos sons.
Só aquele ninho é novo,
Os biquinhos erguidos abertos
A esperarem o alimento que demora.
Há esperança nos filhotes.
Não há monstros para eles.
Apenas aqui ainda são os mesmos monstros.
Cá dentro.