quinta-feira, 12 de março de 2020

A MORTE DO EU LÍRICO

Acho que vou morrer...
E se tal acontecer,
(ao contrário de Nietzsche)
não me importo mais com bispos,
vigários ou pastores de alienadas ovelhas.
Dane-se o pós-morte.
Não poderei mais me defender de monstros!

Que espumem suas babas nojentas
A esbravejar o nome de seu deus parcial.
Diante de minha esquife poderão se juntar,
(e talvez se juntem)
Com suas crenças tantas em um deus
Que serve a cada um a sua vontade.

Nada há a ser temido mais.
Nem honradez, nem orgulho próprio,
Sequer poesia haverá.
Tudo em decomposição no cérebro.

O que terá restado do que fui um dia?
Coisa alguma, senão pedaços de carne putrefata
Que alimentarão vermes,
Esses associados aos outros
Que ainda podem proferir 
seus nefastos sermões.





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