quinta-feira, 29 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Lama
"Em verdade, se juntarmos e misturarmos água e barro, ou água e gesso, ou água e cimento, poderemos dar as voltas que quisermos à imaginação para lhes inventar um nome menos grosseiro, menos prosaico, menos ordinário, mas sempre, mais cedo ou mais tarde, acabaremos por ir à palavra justa, à palavra que diz o que há para dizer, lama."
José Saramago (A CAVERNA)
Se juntarmos e misturarmos lágrima e terra, lágrima e tristeza, lágrima e alegria,
lágrima e dor, poderemos dar as voltas todas à imaginação para dar-lhes sabor,
mas ao final saberemos que é salgada sempre.
terça-feira, 27 de julho de 2010
Obviedade
"Há coisas que são tanto aquilo que são, que não precisam que as expliquemos." José Saramago
(A CAVERNA)
Realmente sem explicação necessária.
segunda-feira, 26 de julho de 2010
Questionamento
"A vida é assim, Senhor?
Desabam mesmo pele do rosto e sonhos?"
Adélia Prado
Desabam mesmo pele do rosto e sonhos?"
Adélia Prado
Ah, o tempo, Senhor.
Criaste um monstro a nos devorar...
domingo, 18 de julho de 2010
Silêncio (de novo)
"O silêncio do cão e aquele famoso silêncio do universo a que em outra ocasião se fez teológica referência, parecendo de comparação impossível de tão desproporcionadas serem as dimensões materiais e objectivas de um e do outro, são, afinal de contas, iguaizinhos em densidade e peso específico a duas lágrimas, a diferença só está na dor que as fez brotar, deslizar e cair. Acabou-se.[...]"
José Saramago - A Caverna
Silêncio...Silêncio...Silêncio...Silêncio...
Apaguemos as luzes. Ausente por enquanto.
Do egoísmo
"Pois a verdade é que os seres humanos não têm bondade , nem fé, nem caridade, senão o necessário para aumentar
o prazer do momento."
(Viginia Woolf)
(Viginia Woolf)
Terrível e monstruoso é o egoísmo, que nos faz pensar no outro apenas depois de pensarmos no nosso próprio prazer.
E quem não faz isso que atire a primeira pedra.
sábado, 17 de julho de 2010
Desertificação
"Deserto é tudo quanto esteja ausente dos homens, ainda que não devamos esquecer que não é raro encontrar desertos e securas mortais em meio de multidões."
O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago
O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago
E como já dizia Camões:
"É solitário andar por entre as gentes..."
Porém, se por um lado o amor pode ser isso,
por outro a secura humana também.
Tolerância
"Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro." José Saramago
"[..]Respeitem-me também. Até eu fui obrigada a me respeitar..." C.L.
Sobre mentir...
"Amanheci em cólera. Não, não, o mundo não me agrada. A maioria das pessoas estão mortas e não sabem, ou estão vivas com charlatanismo. E o amor, em vez de dar, exige. E quem gosta de nós quer que sejamos alguma coisa de que eles precisam. Mentir dá remorso. E não mentir é um dom que o mundo não merece... ( Clarice Lispector)
Que a verdade seja a única razão de eu estar no mundo, nesse maldito mundo que não merece sequer a minha verdade...
Hoje não tem poesia.
"O Homem sonha com a eternidade,
mas não sabe o que fazer em uma tarde de domingo..."
Tic...tac...tic...tac...tic...tac...
À força...
"A melhor maneira de fazer morrer uma rosa é abri-la à força quando ainda não passa de uma pequena promessa em botão." JOSÉ SARAMAGO
Há tantas maneiras vis de matarmos rosas...
E durante essa nefasta vida acabamos sempre por arrancar uma ou outra de algum jardim outrora cheio de alegria.
Infelizmente...
Há tantas maneiras vis de matarmos rosas...
E durante essa nefasta vida acabamos sempre por arrancar uma ou outra de algum jardim outrora cheio de alegria.
Infelizmente...
segunda-feira, 12 de julho de 2010
Acaso
"Os momentos não chegam nunca tarde nem cedo, chegam à hora deles, não à nossa, não temos de agradecer-lhes as coincidências, quando ocorram, entre os que tinham para propor e o que nós necessitávamos."
José Saramago - A CAVERNA
Tudo acontece a seu tempo,
mas o acaso existe!!!
mas o acaso existe!!!
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Paradoxos
Eu hei de ter forças para a hora em que a vida me quiser empurrar rumo ao precipício.
Com toda a ânsia de estar à beira sempre, posso, por um lapso, me esquecer de que o que me segura firme ainda são meus paradoxos.Mas hei de aguentar as tempestades à beira do abismo, como sempre...
segunda-feira, 5 de julho de 2010
Ausência - Vinícius de Moraes
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
sexta-feira, 2 de julho de 2010
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