Nem rangeu a porta
Barulho algum foi ouvido
Ladrão silencioso
Levou sonhos, cores, vida...
Lesados ficamos.
Voltou.
Repentinamente mostrou-se.
Entredentes murmurou algo ininteligível
Estridentes sons estouravam nos tímpanos todos
Ladrão nada cuidadoso
Roubou o vinho, as velas, a mesa...
Impassíveis continuamos.
Fitou-nos profundamente
Virou-se de costas na saída
"Volto para levar o resto."
Nunca mais voltou.
Não havia mais o que levar.
Carregou de nós a sintonia, a dignidade, a fé pouca.
Restos nos tornamos.
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