quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

RESTOS

Nem rangeu a porta
Barulho algum foi ouvido
Ladrão silencioso
Levou sonhos, cores, vida...
Lesados ficamos.

Voltou.

Repentinamente mostrou-se.
Entredentes murmurou algo ininteligível
Estridentes sons estouravam nos tímpanos todos
Ladrão nada cuidadoso
Roubou o vinho, as velas, a mesa...
Impassíveis continuamos.

Fitou-nos profundamente
Virou-se de costas na saída
"Volto para levar o resto."

Nunca mais voltou.
Não havia mais o que levar.
Carregou de nós a sintonia, a dignidade, a fé pouca.

Restos nos tornamos.




Nenhum comentário:

Postar um comentário