Bendita seja a minha religião.
Benditos sejam todos os ensinamentos.
Aprendo todos os dias
Que o ser humano é irremediavelmente mortal.
A cada página virada
Sei que somos falhos quase sempre.
Que o homem pode ser muito mau,
Mas também pode ser bom.
Que vive pequenas alegrias,
Mas que é infinitamente triste
Porque de uma forma ou de outra
Vive perdendo.
Perde para a vida, perde para a morte...
Nós, às vezes bichos, às vezes gente.
Literatura: religião.
Não embaça as vistas.
Traz a vida desnuda.
E as moléstias todas tatuadas.
Conhecemos assim,
Para o bem ou para o mal,
O ser humano, um bicho.
Animal errante,
Caminhante de trilhos feito teias.
Sem encantamento.
Bendita seja minha religião.
Que não me promete vida eterna,
Mas conserva a luz nos caminhos escuros.
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