segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Guerra da rua, guerra da alma

         "Quantas vezes fui eu um ditador? Quantas vezes um inquisidor, um censor, um carcereiro? Quantas vezes proibi, aos que mais queria, a liberdade e a palavra? De quantas pessoas me senti dono? Quantas condenei pelo delito de não ser eu? Não é a propriedade privada das pessoas mais repugnante do que a propriedade das coisas? A quanta gente usei, eu, que me acreditava tão à margem da sociedade de consumo? Não desejei ou celebrei, secretamente, a derrota dos outros, eu que em voz alta me cagava no valor do êxito? Quem não reproduz, dentro de si, o mundo que gera? Quem está a salvo de confundir seu irmão com um rival, e a mulher que ama com a própria sombra?"   
Eduardo Galeano

Ps: Galeano tem o atenuante de não ser um cristão. E aos que se denominam assim? E a nós, que cuspimos o cristianismo na cara do outro, exigindo os valores cristãos, sem os seguirmos em instante algum ,quando se trata do próximo? E a nós, que temos os olhos voltados apenas para o nosso próprio umbigo? Hipócritas! Narcisos! 

Ps: Melhor mesmo é não refletir. Assim, podemos seguir nessa vidinha besta, sem peso, sem mudanças.

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