terça-feira, 30 de setembro de 2014

GOZO

Desejo louco de escrever.
No entanto, os dedos não se entrelaçam com as palavras.
Falar de romantismo é tão blasé.
Não. Não gosto de romantismo.
Meu desejo palpita com os pés no chão.
Definitivamente não combinamos, portanto.
Calar é a melhor saída
quando tudo o que se tem a dizer é nada.

Mas insisto, repare, a vida é romântica.
Viver é uma espécie de gozo.
Não o gozo acompanhado do gosto ocre de vazio.
Mas aquele tântrico, saboreado nos mínimos movimentos.

Porque a vida é breve, como o gozo,
Contudo, pode ser sentida com delicadeza.
E ter-se a impressão de que é eterna,
Apesar da certeza de sua efemeridade.

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