segunda-feira, 22 de setembro de 2014

RATOS, HUMANOS, RATOS...

Hoje pela manhã surgiu um pequenino camundongo no meu ambiente de trabalho.
Inofensivo, aparentemente. E desprotegido. Corria para se esconder nos recônditos secretos da grande sala em que eu me encontrava com outros colegas.
Não fosse seu alto e lendário poder de assustar elefantes, poderia ser bonitinho até.
Lendas com elefantes. Com gente não. Alguns possuem fobia. Abrigam-se onde podem, gritam, correm, fazem escândalo.
A mim, coube a mesa. De cima dela, meus olhos acompanhavam o pequeno roedor desesperado em busca de proteção. Eu, idem. Na hora não me ocorreu que ele poderia subir na imensa mesa e se deleitar correndo sobre ela como fazia pelo chão, igualando-se a mim em cima.
Embrenhou-se entre caixas e livros e afins que ocupam espaços na sala. Sabe-se lá onde.
Ninguém mais o encontrou. Estamos à mercê de um bicho que não traz grande malefício ao ser humano. Não sei se voltarei a trabalhar amanhã.
Local de ratos. Meu trabalho. Ratos, humanos, ratos. Humanos, ratos, humanos.
Provavelmente ele tenha olhado para o meu desespero sobre a mesa e sentindo pena, elucubrou:
- Pobre criatura... Vive entre bichos pestilentos muito mais prejudiciais que eu...
ou
- Pobre criatura... Não passa de um rato de esgoto e faz cena quando me vê...
Seja lá o que tenha pensado o pequenino camundongo, fugindo de ser caçado por alguns poucos corajosos na sala, deve ser bem mais feliz do que muita gente que anda às pompas usando sua máscara cotidiana. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário