quarta-feira, 26 de março de 2014

Sem cura

Respeite-me!
Não vê que estou em convalescença?
Não sente que ficou em suas unhas ensanguentadas
A pele que arrancastes desta carne enferma?

Deixe-me!
Não percebe que em suas mãos está o relógio?
Não nota o tempo escorrendo pelos dedos
Avisando que a hora se foi?

Solte-me!
Não compreende o que se perpetua neste corpo vão?
Não entende que a cruz cá tatuada
Já desbotou?

Abandone-me!
Não sofre esta convalescença?
Não saberá nunca o que é a dor
Dessa doença alcunhada de vida?

É a convalescença de uma doença sem cura.







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