terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Brilhante ideia de Hugo





[...]Em seu programa semanal de rádio e televisão, Chávez disse que ninguém deve mais usar o nome pelo qual a cachoeira é conhecida. "Como podemos aceitar esta ideia de que as cachoeiras foram descobertas por um cara que veio dos Estados Unidos em um avião? Se fizéssemos isso, estaríamos aceitando que ninguém vivia aqui", disse. 
As cachoeiras são um patrimônio mundial da Unesco e foram "descobertas pelo piloto norte-americano Jimmy Angel em 1937. A Salto Angel, disse, "é nossa, e já era muito antes de Angel chegar lá." Segundo o presidente, as cachoeiras devem receber seu nome indígena, no idioma Pemon, Kerepakupai meru, que significa "queda d'água do lugar mais profundo".  (Notícia G1)


             Hugo Chávez não surpreendeu o mundo com a atitude que tomou diante do nome norteamericano da cachoeira venezuelana. É típico dele.
             O polêmico presidente mais uma vez mostrou ao mundo que nem todos os países se ajoelham diante da glória americana.
             Esse fato me fez recordar aquela poesia "NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI". Hugo deve ter lido essa obra de arte do brasileiro Eduardo Alves da Costa, que avisa sobre os perigos de deixarmos entrar em nosso jardim aquele que entra lentamente, tirando uma flor de cada vez.
             Nosso país também carrega nomes de norteamericanos (rio Roosevelt). 
             Por que precisamos de nomes emprestados de "personalidades" que não fizeram parte da história do nosso país, se tantos anônimos há por cá e nunca foram reconhecidos?

             Nós, países da américa latina, somos vistos pelos povos do norte como subproduto da raça humana.
E cabe a nós endeusá-los ainda?
             Entendo e aprovo Hugo. 
             Quando os portugueses aqui desembarcaram, deixaram "nus os índios", como disse Oswald de Andrade, e nomes deram a tudo, como se não houvesse nenhum vivente por essas bandas.
             O problema não está na mudança agora do nome da cachoeira venezuelana. Está lá no princípio, quando os estrangeiros chegaram na américa, tomando posse de algo que já pertencia a seres humanos, que não foram reconhecidos como gente. Os índios. Os donos.
           
           

Um comentário:

  1. Não acredito que "Hugo" tenha lido a poesia, não consigo imaginar aquela boina vermelha inclinando-se sobre páginas metafóricas, mas a ideia é boa.
    Agora falando um pouco do nosso quintal, o tal Rio Roosevelt é um caso ainda mais vergonhoso. O dito rio chamava-se Rio da Dúvida, devido a incerteza sobre seu curso. Depois da expedição de Rondon é que foi rebatizado, perdendo não só a identidade toponímica como a poesia.

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