segunda-feira, 12 de maio de 2014

DE ROMA AO GUARUJÁ - Irônico

Para Giordano Bruno, éramos o espelho de Deus. Defendia a infinitude do universo. E ainda  que Deus era infinito, sendo-lhe imanente e transcendente ao mesmo tempo, sem nenhuma contradição, pois os opostos acabam por coincidir no infinito. De certa forma, engrandecia o deus de Moisés, pois quem, senão esse deus, teria criado algo tão soberanamente inimaginável em extensão? Ainda assim foi condenado e queimado pela Santa Inquisição em 1600. Seu reflexo veio tolher-lhe a vida. Benditos sejam aqueles que em nome de Deus fazem justiça com as próprias mãos, ou que em nome Dele sintam-se além do bem e do mal para julgar o próximo. Provavelmente seja esse mesmo o grande mandamento divino e muitos ainda não entenderam. Julgar e matar o próximo, tornar-se deus do outro. Tirar-lhe a vida. Benditos todos os que avançam sobre o "outro" para expurgar-lhe as atitudes (em suas mentes doentes) nocivas, porque se sentem superiores a ele. São deuses. Reflexos de um deus que já se utilizou incontáveis vezes de seus espelhos para quebrarem tantos outros... Irmãos... Irmãos de quem? Filhos de quem? De uma divindade que soube ensinar perfeitamente aos filhos obedientes a "lex talionis". 

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