Ganhou um gatinho que
ressignificou sua vida. Brincalhão como todo gato bebê pode ser. De olhos azuis
perdidos na cara cheia de pelos brancos, possuía uma beleza singular aos olhos
de sua dona. Arranhava sofás, dependurava-se nas cortinas, puxava fios das
roupas, subia em lugares inimagináveis, pulava de altas alturas e derrubava os
objetos por onde passava. Sabia das sete vidas, não fora isso, certamente não
se aventuraria tanto a correr riscos. Não se sabia ainda que nome poderia ter.
A mãe da menina sugeriu que o chamassem de Bin Laden, tamanhas eram as artes
terroristas que presenciavam. Ele brincava e corria e pulava, mas começou a
derrubar os santos que a mãe da menina tinha em casa. “Este gato é evangélico”,
pensou a menina. Em um dia foi-se a Nossa Senhora, no outro, Santo Expedito
estraçalhou-se no chão, e assim, Bin Laden foi acabando com qualquer santo que
quisesse habitar aquela casa, como se ele fosse o único ser além da mãe e
filha, que poderia ocupar aquele espaço. “Esse gato é evangélico. Eu preciso
ensinar hagiologia a este pequeno”, pensava a menina. A mãe ralhava, xingava,
mas o felino deu conta de exterminar qualquer vestígio de santo. “Bom, não há
dúvida, este gato é evangélico”, pensava a menina. Havia restado um Cristo na
parede, acima da penteadeira, e estava intacto. Pobre Cristo! Ela deveria ter
pensado que Bin Laden poderia ser muçulmano, maometano, budista, sabe-se lá o
quê. O cristo crucificado não duraria muito. Certa manhã a menina acordou com
um barulho no quarto, lá estava o cristo no chão todo desfigurado, decapitado,
e Bin Laden em toda sua formosura sobre o móvel que sustinha um espelho. “Zás”,
o chinelo que a menina jogou no gato peralta chegou com tanta força que errou o
alvo. Em vez de acertar o felino, acertou o espelho. Bin olhou para sua dona e
pelo olhar ela percebeu que por dentro ele ria e certamente pensava: “Eu
continuo com as sete vidas, mas quem quebra um espelho...”
Baseado em fatos.
Bj em GRACE ASSUNÇÃO EVANGELISTA.
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