segunda-feira, 2 de junho de 2014

A LIBERDADE NÃO É AZUL

 Descemos do Metrô na Liberdade.
Os rostos foram mudando de cara.
Olhos repuxados, cabelos lisos.
Os orientais em maior quantidade.
Feirinha na praça. Transeuntes.
Faces todas. Negros, brancos, amarelos.
Amarelos em maior número.
Ponte da Liberdade.
Bosque da Liberdade.
Caminho da Liberdade.
Línguas não tão estranhas mais.
Poucas vozes entre eles.
Fora de sua casa.
Forte sotaque.
Comunicam-se com os turistas.
Estes, não menos desterritorializados.
Comércio a toda prova.
Gente, gente, gente.
Acotovelam-se nas galerias.
Disputam mercadoria mais barata.
Nada de desconto. Nada.
“Preço melhor de praça” – sempre na ponta da língua.
Sintomas do mundo deles.
Não é o Japão. Não é o Brasil.
É o mundo do capitalismo doentio.

Liberdade nenhuma.

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