Os rostos
foram mudando de cara.
Olhos
repuxados, cabelos lisos.
Os orientais
em maior quantidade.
Feirinha na
praça. Transeuntes.
Faces todas.
Negros, brancos, amarelos.
Amarelos em
maior número.
Ponte da
Liberdade.
Bosque da
Liberdade.
Caminho da
Liberdade.
Línguas não
tão estranhas mais.
Poucas vozes
entre eles.
Fora de sua
casa.
Forte
sotaque.
Comunicam-se
com os turistas.
Estes, não
menos desterritorializados.
Comércio a
toda prova.
Gente,
gente, gente.
Acotovelam-se
nas galerias.
Disputam
mercadoria mais barata.
Nada de
desconto. Nada.
“Preço
melhor de praça” – sempre na ponta da língua.
Sintomas do
mundo deles.
Não é o
Japão. Não é o Brasil.
É o mundo do
capitalismo doentio.
Liberdade
nenhuma.
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